sábado, 27 de setembro de 2014

Meio ambiente


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25/9
Sem querer, comecei uma intervenção urbana, um experimento sociológico.
Moro frente a uma praça, que tem árvores, arbustos, um pátio cercado por uma mureta semicircular, alguns bancos e degraus, enfim, uma típica praça paulistana. À tarde, estudantes se juntam aqui e acolá para fumar maconha, namorar ou às vezes beber grandes "pets" com refrigerante misturado com cachaça (suponho). Bilhões de anônimos cachorros frequentam a praça da manhã à noite para levarem seus donos e suas donas para passear. Fora isso, pouca coisa acontece.
Como eu tinha aqui em casa quatro cadeiras inúteis e velhas, sabem, aquelas cadeiras de plástico empilháveis, que estavam bem mal tratadas pelas intempéries, resolvi dispô-las na praça, em frente à mureta onde os jovens constumam se reunir. E assim o fiz.

26/9
Choveu copiosamente o dia todo! As cadeiras ficaram bem lavadas (ótimo!), e ninguém visitou a praça.

27/9
À tarde a chuva amainou e estiou. Uns sete garotos vieram para prosear e fumar seus cigarrinhos. Nenhum deles se sentou nas cadeiras, mas se encolheram na mureta. Ninguém sequer tocou nas cadeiras, como se fossem proibidas ou caretas, sei lá. Não tirei conclusão, na verdade. Mas permaneceram horas juntos a elas, e não houve uma interação sequer!
Mais tarde, à noite, aparecem outros três rapazes, um deles pega uma das cadeiras e a posiciona confortavelmente, para conversar de frente com os outros dois que preferiram sentar na mureta. Esse rapaz se balança confortavelmente empurrando com o pé a cadeira para trás e para a frente. Quando partem, verifico que ele reposicionou a cadeira no lugar original... Que educado!
Por volta de 21h30, vejo uma coisa bem interessante! Tenho um vizinho "burguês", na acepção socialista do termo, talvez. Proprietário de uma casa quase contígua à minha, pai de duas crianças novinhas, dono de um cão que me acorda todos os dias. Pois não é que esse cara recolheu as cadeiras e as escondeu dentro de uma pilha de galhos que a prefeitura ajuntara (mas ainda não tinha levado) próxima ao pátio onde as mesmas estavam?
Fico me perguntando...
Por que as cadeiras dispostas na praça o ameaçaram?
É conhecido o fato de que nas cidades do interior de São Paulo, bem como no Nordeste, e na grande maioria das localidades do Brasil, as pessoas colocam cadeiras na rua, na porta, para se sentarem e conversarem com os vizinhos. Antigamente, até aqui, em São Paulo, isso era comum! E agora, a visão de umas simples cadeiras apavora esse senhor e sua senhora urbanos, pagadores de impostos e seguidores da "moral e dos bons costumes" a ponto de levar um sujeito a cometer um ato ridículo desses de esconder cadeiras...

AGUARDEM OS PRÓXIMOS CAPÍTULOS!

VEJA AQUI A SAGA DAS QUATRO CADEIRAS II

Análise de uma amiga:

"MAS, na minha opiniao, os meninos nao usaram as cadeiras pq pensaram q era d algum morador q poderia estar de olho e nao gostaria q outros as usassem. ate por isso o menino devolve ao lugar original quando sai... pra nao "pra nao parecer q ele usou" saca? ahhaha.
e o senhor retirar elas de la, me parece q ele ja nao quer q os tais meninos circulem por la, ate por fumarem, e ficarem ali, no ambiente "dele".... e deixar cadeiras para tornar isso algo ainda mais agradavel pros carinhas, ele as tira.... na intencao de mostrar q nao os quer la.

essa eh a minah opiniao hahaha, o legal eh q fez pensar
em como as pessoas tem medo das outras, ja as afastam por conta d um habito delas q ta sendo julgado... foda..... mto loco seu experiemento, serio, continue!!!!
MAS MTO LOKO MEMO ESSE EXPERIMENTO"